PEGO DO INFERNO

O Pego do Inferno situa-se no Algarve, aproximadamente a 7km de Tavira, em Sº Estêvão. É uma pequena cascata natural, com pouco mais de três metros de altura, que flui da Ribeira da Asseca e que forma uma pequena lagoa em tons esverdeados. A fauna na zona envolvente da Ribeira e da lagoa é diversa, é comum encontrarem-se sapos, cágados, lebres, cobras-rateiras e ouriços-cacheiros.

Em tempos e de acordo com as ruínas de casas típicas árabes perto do local, pensa-se que os mouros terão sido os primeiros a habitar este local e utilizavam o Pego do Inferno para as suas necessidades diárias. Actualmente a ribeira da Asseca é de extrema importância para esta zona, na rega de hortas por exemplo, e a lagoa era utilizada até à poucas décadas frequentemente pelos locais para banhos.

Existem algumas lendas associadas a este lugar. A mais popular e a que dá o nome de Pego de Inferno ao local é a da carroça que se despenhou no pego. Os corpos e a carroça nunca foram encontrados o que levou à crença que o pego não teria fundo e quem ali caísse iria dar directamente ao Inferno. Porém existe quem afirma que os corpos e alguns destroços da carroça foram encontrados alguns dias depois no mar o que faz com que muitos acreditem ainda na existência de túneis subterrâneos entre o pego e os Rios Gilão e Guadiana. Mas, segundo os especialistas e após alguns estudos e medições, o Pego não terá mais de sete metros de profundidade.

É um local sem igual no sul de Portugal e considerado alternativo pois até há alguns anos devido ao difícil acesso e fama pouco tentadora, era conhecido por muito poucas pessoas e podia-se desfrutar de um excelente dia no Pego e nas suas imediações. Como nos últimos anos através da criação de projectos como o “Caracterização e Divulgação Ambiental do Pego do Inferno”, o local passou a ser massivamente divulgado e visitado pelas massas que passam as férias naquela zona. E curiosamente das vezes que visitamos o Pego do Inferno deparamo-nos com inúmeros turistas estrangeiros que pelo que apuramos, a beleza natural e as lendas já chegou além fronteiras.

Aconselhamos a todos que queiram apreciar o local e passar um dia tranquilo o visitem fora da época balnear ou de férias. Caso contrário estão sujeitos de em vez de passarem um dia calmo a admirar a beleza e magia do Pego, estarão numa lagoa apinhada de gente com a síndrome da histeria das férias, lixo e um total sentimento desrespeito pela vida natural.

Gostaríamos ainda de salientar que o local devido á sua crescente popularidade se encontra frequentemente cheio de lixo deixado pelos “turistas”, não seja mais um “visitante despreocupado” e não poluía o local com embalagens, guardanapos, etc., nem utilize o local para higiene pessoal, lavagem de roupa ou loiça. Não se esqueça ainda que apesar da forte divulgação não é considerada uma praia fluvial e por isso não possui qualquer tipo de vigilância. Seja prudente se for a banhos…